Ilustradores usam personagens para estimular as denúncias sobre casos de abuso contra a mulher
RIO - A fórmula é manjada: ao final de uma longa aventura, a bela princesa tem sua redenção ao ser salva por um heroico príncipe. Tão antigas quanto essas histórias são as trágicas consequências do machismo que assola o mundo. Por isso, alguns artistas têm se empenhado em subverter os contos de fadas, numa espécie de alerta para uma realidade em que o “felizes para sempre” não é regra.
Nesta campanha, Saint Hoax critica o abuso sexual - Reprodução / Saint Hoax
Essa foi a ideia de um artista do Oriente Médio que usa o pseudômino Saint Hoax. Ele é especializado em cultura pop e, em duas séries diferentes, colocou princesas da Disney em situações nada encantadas. Na primeira delas, personagens como Ariel, de “A pequena sereia”, e Cinderela são beijadas pelos seus próprios pais. O mote era chamar atenção para o abuso sexual contra crianças. As ilustrações aparecem acompanhadas de informações como “46% de adolescentes e crianças estuprados são vítimas de familiares”.
— Meu objetivo é incentivar as vítimas a denunciarem seus casos para que as autoridades possam impedir que isso aconteça novamente — afirma ele em seu site.
— A violência doméstica é um problema tão comum que qualquer pessoa pode ser vítima ou causador. Isso pode estar na rotina até mesmo de casais que parecem normais — comentou Palombo.
Para a diretora-executiva da Associação Mulheres pela Paz, Vera Vieira, trabalhos como esses têm grande valor, justamente porque mexem com um forte símbolo da sociedade machista, a mulher frágil e dependente de seu parceiro, muitas vezes, representada por princesas em contos de fadas:
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