segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

foto.experimento.ando

Foto.experimento.ando
 
Foi brinde
Foi gelo
Foi água
Foi ar
Foi fogo
Foi olhar
Foi guardar
Foi fotografar
Foi ficando e foi
 
 
 
 
 
 

Por: Margareth Meneses

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Coração de espuma quer bater dentro do peito

 

Coração de espuma quer bater dentro do peito
[Imagem: Cornell University]


Coração mole

Pesquisadores da Universidade de Cornell, nos EUA, desenvolveram um novo material leve e elástico, com a consistência de espuma, que tem potencial para uso em próteses, órgãos artificiais e robótica.

A espuma poroelástica é única porque pode ser moldada e seus poros interconectados permitem o bombeamento de fluidos através do material de forma controlada, sem vazamentos.

A espuma de polímero começa como um líquido, que pode ser vertido em um molde para criar o formato desejado. Quando ar ou um líquido é bombeado através dele, o material se move e pode alterar o seu comprimento em até 300%.

Embora aplicações médicas, com o uso do material no interior do corpo humano, dependam de testes e aprovação pelas autoridades de saúde, os pesquisadores já estão simulando órgãos protéticos com a espuma de elastômero.

"Já estamos progredindo muito bem rumo à construção de uma mão protética desta forma," disse o professor Rob Shepherd, cuja equipe já desenvolveu garras robóticas flexíveis, robôs de silicone e tentáculos robóticos.


Coração de espuma quer bater dentro do peito
O bombeamento de fluido ou ar nas paredes do coração de espuma transforma a coisa toda em uma bomba pulsante. [Imagem: Benjamin C. Mac Murray - 10.1002/adma.201503464]


Biocompatibilidade

O que já ficou pronto, porém, é um coração com um aspecto que lembra uma almôndega, mas capaz de imitar a forma e a função da coisa real, segundo Shepherd.

Utilizando fibras de carbono e de silicone na parte exterior do coração, foi possível criar uma estrutura que se expande a taxas diferentes na superfície - isso dá versatilidade aos projetos, permitindo, por exemplo, fazer com que uma forma originalmente esférica expanda-se na forma de um ovo.

"Este [protótipo] explora o efeito da porosidade no atuador, mas agora pretendemos tornar os atuadores de espuma mais velozes e com maior força, para que possamos aplicar mais potência. Também estamos focando na biocompatibilidade," disse Shepherd.
 

Bibliografia:

Poroelastic Foams for Simple Fabrication of Complex Soft Robots
Benjamin C. Mac Murray, Xintong An, Sanlin S. Robinson, Ilse M. van Meerbeek, Kevin W. O Brien, Huichan Zhao, Robert F. Shepherd
Advanced Materials
Vol.: Early View
DOI: 10.1002/adma.201503464

É ouro puro, mas tão leve quanto o ar

 

O bloco de ouro de 20 quilates é tão leve que flutua sobre a espuma de leite de um capuccino.
   [Imagem: Gustav Nyström/Raffaele Mezzenga/ETH Zurich]
 
 
 Aerogel de ouro: o ouro mais leve do mundo

Aerogel de ouro

A tecnologia dos aerogéis chegou ao ouro.
Pesquisadores da Escola Politécnica de Zurique, na Suíça, criaram um novo tipo de espuma feita de ouro real - equivalente ao ouro de 20 quilates.

Mesmo sendo quase impossível notar, a olho nu, a diferença do aerogel de ouro com um bloco de ouro sólido, é a mais leve forma já produzida do metal precioso: 1.000 vezes mais leve que o ouro comum.

Ele consiste em 98 partes de ar e apenas duas partes de material sólido - deste material sólido, 80% é ouro e 20% são proteínas de leite usadas no processo de fabricação.

Assim, ele não bateu o recorde de metal mais leve do mundo, que pertence a uma "fumaça sólida" feita de níquel - saindo dos metais, o título de material mais leve do mundo pertence ao aerogel de grafite.

Ouro ao leite

O aerogel de ouro foi criado aquecendo as proteínas do leite para transformá-las em fibras nanométricas - chamadas fibrilas amiloides - que foram então colocadas em uma solução de sais de ouro.

As fibras de proteína entrelaçaram-se em uma estrutura intrincada, e o ouro cristalizou-se em pequenas partículas aderindo às fibras nessa estrutura.

O resultado é uma rede de fibras de ouro que passa de uma textura similar à de um gel para a "espuma de ouro".



Aerogel de ouro: o ouro mais leve do mundo
Processo de fabricação do aerogel de ouro: uma espuma de ouro ao leite. [Imagem: Gustav Nyström et al. - 10.1002/adma.201503465]


"Um dos maiores desafios foi secar esta rede fina sem destruí-la," explica Gustav Nystrom, responsável pelo feito. Como a secagem ao ar livre poderia danificar a fina estrutura de ouro, Nystrom optou por um processo de secagem delicada e trabalhosa utilizando dióxido de carbono.
 
Óptica, joias e catalisadores

Segundo a equipe, há várias aplicações possíveis para o aerogel de ouro.
A técnica de fabricação permite controlar as propriedades do ouro de uma maneira simples - propriedades como a absorção e a reflexão.

"As propriedades ópticas do ouro dependem fortemente do tamanho e do formato das partículas de ouro," diz Nystrom. "Assim, podemos até mudar a cor do material. Quando mudamos as condições de reação, para que o ouro não se cristalize em micropartículas, mas em nanopartículas ainda menores, isto resulta em um ouro vermelho-escuro."

Além de aplicações em relógios e joias, a equipe está particularmente interessada na catálise química: como o material altamente poroso tem uma superfície enorme, as reações químicas que dependem da presença do ouro como catalisador podem ser realizadas de forma mais eficiente.

Entenda a tecnologia:
 

Bibliografia:

Amyloid Templated Gold Aerogels. Advanced Materials, 23 November 2015, doi: 10.1002/adma.201503465
Gustav Nyström, M. P. Fernández-Ronco, S. Bolisetty, M. Mazzotti, Raffaele Mezzenga
Advanced Materials
Vol.: First Published online
DOI: 10.1002/adma.201503465

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

De olho no público idoso, fabricante de brinquedos lança gato-robô

 

 
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Foto divulgada pela Hasbro mostra o gato-robô, destinado ao público idoso


A norte-americana Hasbro, segunda maior fabricante de brinquedos no mundo, decidiu apostar em um público pouco comum para seu tipo de produto: os idosos.
A empresa lançou neste mês uma linha de “gatos-robôs'' para fazer companhia e divertir os velhinhos.



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Eles viram de barriga para cima e ronronam


Os robôs não apenas se parecem com gatos de verdade. Eles também interagem com o dono por meio de sons e movimentos semelhantes aos do animal de carne e osso.
Por exemplo: eles reagem e mexem a cabeça ao receber carinho, viram de barriga para cima para receber um cafuné, ronronam quando estão felizes, dormem e até roncam quando estão tranquilos.



Funciona a pilhas
Isso é possível graças ao uso de sensores, aliados à tecnologia eletrônica e robótica. Tudo funciona com quatro pilhas.
Além disso, os pelos, segundo a fabricante, são macios e têm a textura semelhante à pelagem de um gato real.

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Custa US$ 100, em três cores diferentes

O bichano custa US$ 100 (cerca de R$ 375) e é vendido na loja virtual da empresa: http://joyforall.hasbro.com/en-us/companion-pets.
Está disponível em três cores diferentes: cinza, creme ou laranja.


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Foco na terceira idade


A Hasbrou lançou sua nova marca, a Joy for All (Alegria para Todos, em tradução livre), em 13 de novembro. A primeira linha de produtos dessa marca é a Pet Companions, de animais de companhia, e o primeiro brinquedo a venda é o gato-robô.

A fabricante diz que a ideia partiu de pedidos de consumidores e pesquisas feitas com eles.
“Ouvimos de idosos pelo país que companhia era importante para a felicidade deles. Muitos vivem sozinhos, sentem falta de ter um bicho de estimação, ou não têm mais condições de cuidar de um animal”, disse o vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios, Ted Fischer.

“Embora não seja um substituto para o animal de estimação, o produto é uma alternativa que pode oferecer a alegria e a companhia de um bicho de verdade, sem o peso das responsabilidades”.


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Além dos “gatos-robô'', a Hasbro é a fabricante do Monopoly (versão original do popular Banco Imobiliário, da Estrela) e produz brinquedos das linhas “Transformers'', “My Little Pony'' e “Star Wars'', entre outros.


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Por: Maria Carolina Abe
Fonte: Pet Money

O futuro que imaginamos tem robôs ao nosso dispor. Isso é bom ou ruim?

Margaret Atwood

  • George Whiteside/The New York Times
    Margaret Atwood é poeta, romancista e ensaísta canadense
    Margaret Atwood é poeta, romancista e ensaísta canadense
 

Bem-vindo ao futuro, um dos nossos playgrounds favoritos. Adoramos incursionar por ele, como testemunham nossas numerosas utopias e distopias; assim como a vida após a morte, é possível imaginar qualquer coisa sobre o futuro, pois ninguém nunca esteve lá mesmo. O que nos aguarda? Será um "Oh, não!" ou um "Oba!"? Apocalipse zumbi? O fim dos peixes? Agricultura urbana vertical? Exaustão? Seres humanos geneticamente modificados? Através de nossa imensa esperteza, seremos capazes de resolver os inúmeros problemas que enfrentamos agora? Ou será que essa mesma esperteza, juntamente com a ganância e o pensamento a curto prazo, será nossa ruína? Temos muito espaço para especulações, já que o futuro não é predeterminado.
 
Muitas das nossas projeções futurísticas contêm robôs. O presente também contém robôs, mas acredita-se que teremos mais no futuro. Isso é bom ou ruim? Ainda não nos decidimos. E enquanto pensamos no assunto, que tal uma mente robótica que possa ser feita mais facilmente do que a de um humano?

Escritores de ficção científica exploram robôs há décadas, mas não são os primeiros a fazê-lo. A humanidade imagina entidades não biológicas, mas sencientes e que nos obedecem, desde que a primeira pena tocou um papiro.
   
David Walter Banks/The New York Times
O Five Finger Hand construído pela Schunk foi projetado para ajudar os robôs a interagirem com um mundo de maçanetas e botões de elevador

 

Por que imaginamos tais coisas? Porque, no fundo, nós as desejamos. Nossa espécie nunca coloca muito esforço em coisas que não estejam na sua lista de desejos. Se fôssemos ratos tecnologicamente capazes, aperfeiçoaríamos arpões para caçar gatos, ou pássaro explosivos, ou inventaríamos um produtor molecular de queijo, que permitiria que o Capitão Kirk rato pedisse "queijo, cheddar, forte" para as paredes da nave e o queijo apareceria. Mas nossos desejos são outros, embora a engenhoca do queijo pareça uma boa ideia.
 
Para entender a lista básica de desejos do Homo sapiens, vamos voltar à mitologia. Dotamos os deuses com as habilidades que gostaríamos de ter: imortalidade e juventude eterna, voo, beleza resplandecente, poder total, controle climático, armas poderosas, banquetes deliciosos -- sem a necessidade de cozinhar e lavar a louça -- e criaturas artificiais ao nosso dispor.
Em um dos textos mais antigos conhecidos, um Deus sumério faz dois demônios entrarem no mundo da morte para salvar a deusa da vida, porque, como eles não estavam realmente vivos, não poderiam morrer. Hefesto, o deus ferreiro coxo da Ilíada e de outras histórias, produzia não apenas mesas de metal que andavam sozinhas, mas também um grupo de prestativas donzelas douradas com inteligência artificial. Além disso, Hefesto criou Talos, um gigante de bronze, para patrulhar e defender a ilha de Creta, dando-nos assim o primeiro enredo da guerra contra as máquinas, que tem sido muito utilizado desde então.

Ao nos aproximarmos da Idade Moderna, continuamos a nos divertir com contos de protorrobôs: cabeças de bronze que falam, golem feito de barro pelo homem, bonecos que ganham vida e mulheres falsas — como Olímpia e Coppelia, imortalizadas em ópera e balé. Enquanto isso, nos afastávamos da coisa real: autômatos a vapor vêm de há muito tempo. Leonardo da Vinci projetou um cavaleiro artificial; e no século 18 houve um exagero de animais, pássaros e bonecos de corda, que podiam executar ações simples. O Canard Digérateur, lançado em 1738, foi mais longe: ele parecia comer, digerir e defecar em seguida. Infelizmente, o cocô era previamente guardado; mesmo assim, o pato mostra a medida com que podemos nos deliciar observando um ser inanimado fazendo algo que não gostaríamos que um verdadeiro fizesse no nosso jardim.


Monica Almeida/The New York Times
O esquadrão antibombas do Departamento de Polícia de Los Angeles (EUA) usa robôs para detonar bombas e investigar pacotes suspeitos

 

Quando a idade moderna chegou, começamos a levar os robôs a sério. A palavra "robô" foi introduzida na peça "R.U.R" (Rossum's Universal Robots) de Karel Capek em 1920, palavra que tem a mesma raiz de "escravo" ou "servidão". Na peça, Capek estava apenas reproduzindo Aristóteles, que, há muito tempo, imaginou que as pessoas seriam capazes de eliminar as misérias da escravidão, criando dispositivos que se moveriam sozinhos, como as mesas de metal de Hefesto, e fariam o trabalho pesado para nós. Os robôs de Capek foram criados para serem escravos artificiais, acabando assim com a infeliz necessidade dos verdadeiros.

Ou, como diz tão bem uma história da idade de ouro dos quadrinhos de ficção científica: "Os cães já foram o melhor amigo do homem -- agora são robôs! A civilização precisa deles para muitas tarefas importantes!" (A julgar pela forma de cone dos seios da mulher dos quadrinhos, eu diria que este data do início dos anos 50). Em outra história, "O Servo Perfeito", Hugo, o robô -- que parece muito com o homem de lata do Mágico de Oz, personagem cuja influência sobre o mundo dos robôs não foi devidamente reconhecida -- diz: "Me orgulho de ser um robô e de servir a um mestre tão bom quanto o Professor Tompkins!" Mas Hugo também diz: "Não entendo as mulheres".

Opa! Hugo sabe limpar janelas, arrumar as flores e por a mesa com perfeição, mas falta alguma coisa. Quem projetou esse cara? Meu palpite: o Professor Tompkins. Esses malditos cientistas loucos, eles próprios com um parafuso solto, sempre fazem alguma coisa errada.

E por aí vão muitos contos populares. Nós os desejamos e os projetamos, mas nunca nos sentimos suficientemente confortáveis com robôs humanoides. Não há nada que nos assuste mais, dizem aqueles que estudam essas coisas, que os seres que parecem ser humanos, mas não são. Quando se parecem com o homem de lata, com um funil na cabeça, podemos lidar com eles. Mas se forem parecidos conosco -- como, por exemplo, os replicantes do filme "Blade Runner", ou as esposas de "Mulheres Perfeitas" (Stepford Wives), com a cara plastificada e sexualmente submissas; ou como os robôs inimigos na série "Exterminador do Futuro", completamente humanos até perderem sua pele -- a coisa muda.


Daniel Borris/The New York Times
Nós os queremos e os projetamos, mas os robôs com formas humanas parecem nos perturbar

 

A preocupação parece vir do fato de que robôs aperfeiçoados, em vez de se sentirem orgulhosos por servir seus criadores, irão se rebelar contra seu status subserviente, e nos eliminar ou escravizar. Como em "O Aprendiz de Feiticeiro" ou os criadores de golem, podemos fazer maravilhas, mas tememos não poder controlar os resultados. Os robôs em "R.U.R" triunfam no fim, e essa entidade cultural foi sendo elaborada ao longo de muitas histórias, em livros ou filmes, nas décadas subsequentes.

A variante inteligente veio de John Wyndham em sua história de 1954 "Compassion Circuit", em que robôs projetados para reagir de maneira empática e carinhosa ao sofrimento humano, cortaram a cabeça de uma mulher doente e a colocam no corpo de um robô. Na época em que foi escrito, esse enredo causou horror, mas hoje provavelmente diríamos: "Que ótima ideia!" Já nos acostumamos com o cenário de um futuro de ciborgues porque -- como disse Marshall McLuhan sobre a mídia -- o que projetamos nos modifica, o que produzimos nos produz e, portanto, o que robotizamos pode, no futuro, nos robotizar.

Talvez. Até certo ponto. Se permitirmos.

Embora eu tenha crescido nos anos dourados dos robôs da ficção científica, só fui ver meu primeiro dispositivo robótico funcional no início dos anos 70. Não era totalmente humanoide, mas um braço e mão robóticos usados no Laboratório de Pesquisa Nuclear de Chalk River, em Ontário (Canadá), para manipular materiais radioativos por trás de um escudo de vidro à prova de radiação. Os mesmos princípios foram empregados no manipulador de naves espaciais Canadarm na década de 80, e muitas outras aplicações para braços robóticos desde então foram identificadas, incluindo a cirurgia remota e -- o meu interesse -- a escrita remota. Ajudei a desenvolver a LongPen em 2004 para facilitar o autógrafo de livros, mas, como o que aconteceu com o golem, ela escapou das intenções do seu criador e agora vive às voltas com o mundo dos bancos, dos negócios, dos esportes e da música. Quem diria?



Innorobo: feira europeia mostra inovações na área de robótica                  

Robô humanoide, fabricado pela companhia Pal Robotics, caminha durante a Innorobo 2014, evento de robótica realizado na cidade de Lyon, na França. Realizada anualmente, a feira traz novidades de companhias e centros de pesquisa na área de robótica Robert Pratta/Reuters
 
 
 
 
Esses são os usos benignos da robótica, e existem mais exemplos. A indústria de manufatura agora emprega inúmeros robôs, e ama suas vantagens: eles nunca se cansam, não têm planos de aposentadoria e nem fazem greve. Essa tendência gera certa angústia: o que vai acontecer com a base de consumidores se os robôs substituírem todos os trabalhadores humanos? Quem vai comprar tudo o que os robôs produzem de forma tão barata e contínua? Mesmo os modos mais inofensivos de utilização de robôs podem ter desvantagens escondidas.

Mas, de acordo com entusiastas, pense no potencial de salvar vidas! Nanorrobôs poderiam revolucionar a cirurgia não invasiva. E os robôs já podem ser implantados em tarefas perigosas para os seres humanos, como a detonação de uma bomba e a exploração submarina. Essas coisas são boas de fato.

No entanto, sempre forçamos a barra; faz parte do nosso grande e esperto cérebro. Hefesto concebeu alguns ajudantes artificiais, mas -- por ser fiel ao tipo "geek" -- ele não resistiu e lhes deu a forma de donzelas douradas, um pelotão inteiro de auxiliares só para ele. Pigmalião esculpiu uma jovem de marfim e, em seguida, apaixonou-se por ela. Estamos seguindo nessa direção. "Mulheres Perfeitas" abriu o caminho, e no recente filme "Ela", Joaquin Phoenix se apaixona pela voz simpática, apesar de artificial, do sistema operacional do seu telefone. Mas isso não é coisa de um gênero só. A escritora Susan Swan tem uma história na qual a personagem cria um robô homem chamado Manny, completo, com habilidades culinárias e compaixão, tudo o que uma garota poderia desejar, até que sua melhor amiga o rouba, usando o módulo de empatia do robô (ela precisa mais dele! Como ele pode resistir?).




Restaurante emprega robôs para cozinhar e servir os clientes                   

Os robôs também fazem o serviço na cozinha, como este que cuida da fritura das verduras e dos bolinhos. O funcionamento é muito semelhante ao das lanchonetes de fast food, com a diferença que não envolve falhas como "esqueci de olhar as batatas" Leia mais Johannes Eisele/AFP
 
 
Na nossa vida real cada vez mais cheia de ficção, já nos prometeram até entrega de pizza por drones -- comédia total, apresentando o molho de tomate fora de lugar, o que certamente não está muito distante. No departamento automotivo, carros que se dirigem sozinhos estão chegando. Não se anime muito: é pouco provável que os motoristas abram mão de sua autonomia, e as possibilidades para os hackers são óbvias. Ainda mais extremas são as pessoas que sonham com prostitutas robóticas, que incluam o recurso de descarga sanitária. Elas vão poder falar? E, em caso afirmativo, o que dirão?

Se a perspectiva de ficar dolorosamente preso devido a uma avaria no prostibô te impedir de testá-la, você poderá usar um dispositivo beijador remoto que transmite a sensação do beijo do seu amor para seus lábios através de feedback háptico e de um aparelho que se assemelha a um ovo de plástico (feche os olhos e sinta). Ou você pode se aventurar no mundo dos teledildos -- vibradores de controle remoto, basicamente. Aperte os botões do controle e veja o efeito na tela. Livre de germes! Espere até que o Google ou o Skype lancem mão disso.

Será que o sexo remoto e por demanda irá mudar as relações humanas? Será que vai mudar a natureza humana? Qual é a natureza humana, afinal? Essa é uma das perguntas nas quais nossos robôs -- reais e fictícios -- nos fazem pensar.
Toda a tecnologia que desenvolvemos é uma extensão de um dos nossos próprios sentidos ou recursos. Sempre foi assim. A lança e a flecha estendem o braço, o telescópio estende a visão, e agora o Kissinger -- o dispositivo do beijo -- estende a boca. Toda a tecnologia já produzida também alterou a maneira como vivemos. Então, como serão nossas vidas se o futuro que escolhemos tem tantos robôs? Mais importante, como faremos esse futuro funcionar? Toda forma robótica que já existe e as que estão por vir dependem do fornecimento de energia barata. Se a energia acaba, o mesmo acontece com os robôs. E, de certo modo, nós também, já que o estilo de vida que construímos e no qual confiamos necessita de um mar de eletricidade. O gigante de bronze de Hefesto era alimentado pelo licor dos deuses; não podemos usar isso, mas temos que pensar em outra fonte de energia que seja amplamente disponível e não acabe nos matando.

Se não pudermos fazer isso, o número de cenários futuros à nossa disposição vai encolher drasticamente para um. Não vai ser o "Oba!" Será o "Oh, não!" E ele talvez seja seguido -- como em uma história de Ray Bradbury -- por um coro de vozes robóticas funcionando com baterias, que continuará muito tempo depois que nossas vozes se calarem.

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Humanos e robôs cara a cara em feira na Espanha                   

 
 Protótipos de robôs são expostos durante a Conferência Internacional de Robôs Humanoides, realizada em Madri, na Espanha. O tema desta edição do evento foi "Seres Humanos e Robôs Cara a Cara" Andrea Comas/Reuters

sábado, 28 de novembro de 2015

Adeus, gesso !

 Estudante cria acessório que acelera cura de ossos quebrados

                         
gesso 3d


Esse é o conceito do Cortex, um periférico de plástico que substitui o gesso tradicional por uma cobertura braçal toda vazada que, além de ser mais leve e livre de odores, dispensa todo aquele processo de engessar o braço e ainda permite que o usuário fique com o membro reto, sem precisar dobrá-lo. O projeto foi anunciado em junho do ano passado por Jake Evill, estudante da Victoria University of Wellington, na Nova Zelândia. O molde é impresso em terceira dimensão a partir de um raio X do osso quebrado do paciente.

Leia mais: Impressora 3D cria implantes de nariz e orelha


O Cortex ainda não tem previsão para chegar ao mercado porque ainda está em fase conceito. No entanto, um novo protótipo baseado na mesma ideia promete dispensar de vez o uso do gesso e de quebra agilizar o processo de cura do osso danificado. Trata-se do Osteoid, um exoesqueleto semelhante ao Cortex e equipado com um dispositivo de ultra-som que acelera a cicatrização. As informações são do site The Verge.

Desenvolvido pelo estudante turco Deniz Karasahin, o Osteoid foi o projeto vencedor do Prêmio A'Design 2014, competição voltada para novas ideias na área da impressão 3D. Karasahin e sua equipe contam que o acessório é feito sob medida para cada usuário, é resistente a água e pode ser projetado em várias cores diferentes. "O objetivo é melhorar a experiência de todos quando o assunto é curar membros quebrados ou fraturados, concentrando-se no conforto do paciente e no tempo necessário para o corpo curar-se", dizem.


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Dispositivo que emite pulsos de ultra-som ajuda na cicratização de ossos quebrados. (Foto: Deniz Karasahin/A'Design Award)
 
 
O sistema de aceleração de cura do exoesqueleto é basicamente um sistema de baixa intensidade de pulsos de ultra-som (LIPUS, na sigla em inglês). De acordo com os criadores, dois conectores são plugados em uma das aberturas do acessório para ficar em contato direto com a pele na área lesada. Feito isso, o usuário com um osso quebrado precisa utilizar a braçadeira durante 20 minutos diários para acelerar o processo de cura, que chega a ser reduzido em 38%, para fraturas mais graves, e em até 80%, para as mais leves.

Para saber como está a recuperação do membro danificado, basta olhar para o gerador de pulsos. Segundo Karasahin, no centro do dispositivo existe um mecanismo de luzes que orienta o usuário sobre o estado do osso fraturado e do tempo de sessão dos pulsos de ultra-som. Por exemplo, se o paciente atingiu o tempo de 20 minutos de utilização do gadget, luzes começam a piscar e mudar de cor, indicando que chegou a hora de encerrar a sessão.

Karasahin afirma que o Osteoid levou quatro meses para ficar pronto. O próximo passo é a criação de um sistema de bloqueio que projete melhor o membro quebrado e acelere ainda mais o processo de cicatrização.

The Osteoid
The Osteoid: peça é feita sob medida em uma impressora 3D. (Foto: Deniz Karasahin/A'Design Award)
 
Fonte: Canaltesh
 
 

 

domingo, 22 de novembro de 2015

BitDrones permitem interação física com a realidade virtual

 

BitDrones: Telas voadoras ou Hologramas Físicos?
Os BitDrones ficam voando de forma autônoma, e obedecem a comandos de rearranjo, manuais ou enviados por software. [Imagem: Queen s University]


Matéria programável

Uma tela voadora, na qual os bits são pequenos drones de formato retangular que voam de forma coordenada.

É apenas um conceito - similar ao da argilotrônica - de resolução ainda muito baixa, mas com algumas funcionalidades interessantes.

Calvin Rubens e seus colegas da Universidade Queens, no Canadá, chamam seus bits voadores de "BitDrones".

O sistema já possui uma interface primária, que permite operações como clicar, arrastar e soltar, além da digitação de comandos em bitdrones especiais de controle.

Segundo a equipe, estes são "os primeiros passos rumo à criação de uma matéria programável autolevitante" - matéria programável é uma espécie de matéria artificial cujo formato pode ser reconfigurado de forma programável.

"Os BitDrones trazem para mais perto da realidade a matéria programável voadora, como a mostrada no filme futurístico da Disney Big Hero 6," disse o professor Roel Vertegaal, orientador do trabalho.

BitDrones: Telas voadoras ou Hologramas Físicos?
A central de comando também fica flutuando e pode ser reposicionada conforme a conveniência. [Imagem: Queen s University]
 
"Realidade Real"

Cada bit é formado por um minidrone com uma armação aramada em volta, além de LEDs para sinalização. Todos voam de forma coordenada, controlados por conexões sem fios.

Esse enxame robótico é formado por três tipos de indivíduos: PixelDrones, equipados com LEDs e uma pequena tela, ShapeDrones, com uma grade em volta que os torna adequados para a montagem de objetos maiores, e DisplayDrones, equipados com uma tela sensível ao toque e uma câmera.

O sistema rastreia os movimentos das mãos do usuário no ambiente, permitindo a manipulação desses "voxels" no espaço - um voxel é um pixel tridimensional.

"Nós chamamos isto de interface de 'Realidade Real', em vez de 'Realidade Virtual'. É isto que a distingue de tecnologias como a Microsoft HoloLens e os Oculus Rift: você pode realmente tocar esses pixels e vê-los sem um capacete," disse Vertegaal.

Resolução da matéria

Embora esse primeiro protótipo consiga lidar apenas com alguns poucos BitDrones grandes, a equipe afirma já estar trabalhando para miniaturizar os PixelsDrones e desenvolver um sistema que permita controlar milhares deles.

A ideia é que cada PixelDrone tenha cerca de 1,5 centímetro de largura, criando uma matéria programável de resolução mais aceitável.

Talvez isto possa fazer o conceito aproximar-se um pouco mais da holografia, que ainda sofre com a falta de uma estrutura de tela para mostrar objetos em 3D.




Bibliografia:

BitDrones: Towards Self3Levitating Programmable Matter Via Interactive 3D Quadcopter Displays
Calvin Rubens, Sean Braley, Antonio Gomes, Daniel Goc, Xujing Zhang, Juan-Pablo Carrascal, Roel Vertegaal
ACM UIST 2015 User Interface Software and Technology Symposium
http://www.hml.queensu.ca/s/UIST-Bitdrones-paper146.pdf

Câmeras de celulares captarão mais cor com pouca luz

 


Um ideia brilhante para a fotografia em baixa luminosidade

O novo filtro obtém "assinaturas" de 25 padrões de cores, em lugar dos tradicionais três do padrão RGB. [Imagem: Rajesh Menon]


Fotografia com pouca luz

Tirar fotos em ambientes de pouca luminosidade é um desafio mesmo para as câmeras profissionais.
Para as câmeras incorporadas em celulares e tablets, então, as tentativas de colher bons momentos no escurinho geralmente acabam em frustração.

"Se você sair para um passeio à noite e tirar uma foto do céu, vai ver que ela ficará muito granulada. A fotografia em baixa luminosidade ainda não chegou lá, e estamos tentando corrigir isso. Esta é a última fronteira da fotografia móvel," resume Rajesh Menon, da Universidade de Utah, nos EUA.
Menon e seu colega Peng Wang acabam de dar uma contribuição importante para a solução do problema.

Eles criaram um filtro que, quando colocado à frente do sensor da câmera, permite a passagem de três vezes mais luz do que os filtros convencionais, produzindo imagens muito mais claras e menos granuladas.

Assinaturas de cor

Entre a parte óptica e o sensor de imagem - o CCD -, todas as câmeras possuem filtros para dividir a luz nas três cores primárias: vermelho, verde e azul. O problema é que os filtros atuais absorvem até dois terços da luz que a câmera capturou.

A solução desenvolvida pela dupla consiste em uma mistura de hardware e software.
O hardware é um disco de vidro de um micrômetro de espessura contendo ranhuras microscópicas precisamente traçadas para conduzir a luz de forma a criar uma série de padrões de cores. O software então lê esses padrões e determina a que cor cada um pertence.

O protótipo consegue gerar até 25 novos padrões de cores - em comparação com os três tradicionais do RGB -, produzindo fotos melhores e com menos granulosidade, além de simplificar o projeto da câmera, já que substitui três filtros por um só.

"Você pode obter muito mais informações de cor do que uma câmera colorida normal. Com uma câmera normal, você só vê vermelho, verde ou azul. Nós podemos ver 25 cores ou mais. Ela não somente é melhor em condições de baixa luminosidade, mas também dá uma representação mais acurada da cor," disse Menor.

Os pesquisadores já fundaram sua empresa, a Lumos Imaging, para tentar comercializar a nova tecnologia.


Bibliografia:

Computational Color Imaging with Enhanced Light Sensitivity based on a Microstructured Diffractive Element Array
Peng Wang, Rajesh Menon
Vol.: ITh1A.3
DOI: 10.1364/ISA.2015.ITh1A.3

Rede de neurônios artificiais aprende a usar linguagem humana


Rede de neurônios artificiais aprender a usar linguagem humana
O modelo questiona a abordagem mais usada nas neurociências, de que o cérebro funcionaria como um computador. [Imagem: ANNABELL Project/Un. Sassari]


Modelo cognitivo

Um modelo cognitivo, composto por dois milhões de neurônios artificiais, simulados em software, mostrou-se capaz de aprender a se comunicar usando a linguagem humana a partir de um estado de "mente em branco", somente através da comunicação com um interlocutor humano.

A pesquisa lança novas luzes sobre os processos neurais que fundamentam não apenas o desenvolvimento da linguagem, mas todo o processo de funcionamento da mente humana, além de questionar os modelos mais usados pelas neurociências.

O modelo, chamado ANNABELL (sigla em inglês para Rede Neural Artificial com Comportamento Adaptativo Usado para Aprendizagem de Línguas), foi desenvolvido por um grupo de pesquisadores das universidades de Sassari (Itália) e Plymouth (Reino Unido).

Analogia cérebro-computador

As neurociências já aprenderam um bocado sobre os neurônios e suas interconexões - as sinapses. Mas um conhecimento detalhado de um neurônio individual e de quais são as funções das várias áreas do cérebro em que bilhões deles ficam ativos ao mesmo tempo não são suficientes para dar pistas sobre como o cérebro executa suas funções cognitivas.

Uma tendência na comunidade científica tem sido pensar que o cérebro funciona de forma semelhante a um computador, já que os computadores também funcionam através de sinais elétricos. De fato, muitos pesquisadores têm proposto modelos baseados na analogia "cérebro-funciona-como-um-computador" desde o final dos anos 1960.

Entretanto, além das diferenças estruturais entre neurônios e transistores, existem diferenças profundas entre o cérebro e um computador, especialmente nos mecanismos de aprendizagem e de processamento de informação. Computadores funcionam através de programas - instruções passo a passo - desenvolvidos por programadores humanos, e não há nenhuma evidência da existência de tais programas em nosso cérebro.

Hoje, muitos pesquisadores já aceitam que o nosso cérebro é capaz de desenvolver habilidades cognitivas elevadas simplesmente através da interação com o meio ambiente, a partir de muito pouco conhecimento inato - o que equivale dizer, naquela analogia com o computador, que o cérebro não tem programas.

Plasticidade e comutação sinápticas

O modelo ANNABELL parece confirmar essa abordagem, funcionando sem qualquer conhecimento pré-codificado sobre a linguagem: ele aprende a conversar apenas através da comunicação com um interlocutor humano, graças a dois mecanismos fundamentais, que também estão presentes no cérebro biológico: a plasticidade sináptica e a comutação sináptica.

A plasticidade sináptica é a capacidade das conexões entre dois neurônios para aumentar sua eficiência quando os dois neurônios são frequentemente disparados simultaneamente, ou quase simultaneamente.

O mecanismo de computação sináptica, ou comutação neural, é baseado nas propriedades de determinados neurônios (chamados neurônios biestáveis) para se comportarem como interruptores que podem ser ligados ou desligados por um sinal de controle vindo de outros neurônios. Quando ligados, os neurônios biestáveis transmitem o sinal de uma parte do cérebro para outra, caso contrário bloqueiam o sinal - isto sim, é muito parecido com um transístor eletrônico.

Programa aprende a falar

Simulando esses dois mecanismos nos neurônios artificiais modelados em software, o programa se mostrou capaz de aprender a falar e se comunicar com um interlocutor humano.

Ele foi validado usando um banco de dados de cerca de 1.500 sentenças de entrada, selecionadas com base na literatura sobre o desenvolvimento da capacidade de falar dos seres humanos.

O programa respondeu elaborando cerca de 500 novas frases, que contêm substantivos, verbos, adjetivos, pronomes e outras classes gramaticais, demonstrando a capacidade de se expressar por meio de uma linguagem humana que não lhe foi ensinada previamente.

Com modelos mais próximos da realidade, a expectativa é que sistemas de inteligência artificial, usados em programas de computador e em robôs, tornem-se capazes de aprender de forma mais parecida com a humana, sem depender de programas que especifiquem cada passo desses raciocínios artificiais.


Bibliografia:

A Cognitive Neural Architecture Able to Learn and Communicate through Natural Language
Bruno Golosio, Angelo Cangelosi, Olesya Gamotina, Giovanni Luca Masala
PLoS ONE
Vol.: 10 (11): e0140866
DOI: 10.1371/journal.pone.0140866
 

Pulseira-guia orienta cegos com tecnologia ultrassônica

 

Pulseira ultrasônica automatiza ecolocalização para cegos
A pulseira tem uma precisão de dois centímetros e pode funcionar até 14 horas sem precisar de recarregamento da bateria. [Imagem: INVDES/Sunu/Divulgação]


Ecolocalização para cegos

Engenheiros mexicanos conseguiram transformar em produto uma técnica que vem sendo testada em vários laboratórios ao redor do mundo nos últimos anos.

O uso da ecolocalização por pessoas cegas passou a ser pesquisado depois que algumas pessoas sem visão passaram a desenvolver por conta própria a capacidade de se guiar pelos ecos gerados pelos sons que elas próprias geravam - geralmente sons produzidos com a língua.

Marco Trujillo Tejeda e Cuauhtli Padilla Arias, da Universidade de Monterrey, eliminaram a necessidade de qualquer treino ou desenvolvimento de habilidades por parte dos usuários.
Em vez de estalar a língua e treinar os ouvidos, a pessoa usa uma pulseira que emite os pulsos sonoros e detecta seu eco.

Pulseira-guia

A pulseira emite ondas sonoras de alta frequência que são refletidas conforme atingem os objetos à frente, voltando para um sensor instalado na própria pulseira, que então calcula a distância do objeto.
Para informar ao usuário, a pulseira transforma a distância do objeto em um ritmo de vibrações: quanto mais próximo estiver o objeto, mais rápida será a pulsação.

"A pessoa examina seus arredores movendo o pulso de uma lado para o outro, para antecipar a presença dos objetos e evitá-los," disse Trujillo.

Segundo os dois engenheiros, a pulseira tem uma precisão de dois centímetros e pode funcionar até 14 horas sem precisar de recarregamento da bateria.

A pulseira será comercializada pela empresa Sunu, fundada pelos dois pesquisadores, que não informaram o preço do equipamento.

Fonte: INVDES Sunu

Supercola é 90% água

 


Supercola é 90% água
Teste da supercola sendo puxada de uma placa de vidro. [Imagem: Felice Frankel]


Água que cola

Ela é 90% água, transparente, maleável como borracha - e é uma supercola.
Esse hidrogel pode aderir a superfícies as mais diversas - de vidro, silício, cerâmica, alumínio e titânio até tecidos biológicos.

Em um experimento para demonstrar a capacidade da nova cola, os pesquisadores usaram-na para grudar uma pastilha de silício sobre uma base metálica. Em seguida, eles esmagaram a pastilha com um martelo - o silício se quebrou, mas seus pedaços continuaram presos no lugar.

Em outro experimento, o hidrogel foi usado para colar duas pequenas placas de vidro, uma das quais foi então usada para suspender um peso de 25 quilogramas.

Biocompatível

Essa força e resistência fazem com que o hidrogel seja um candidato ideal para revestimentos de proteção, incluindo de superfícies subaquáticas, em barcos, navios ou submarinos.

Como a cola de hidrogel também é biocompatível, ela poderá ser adequada para uma gama de aplicações relacionadas com a saúde, como revestimentos para catéteres e sensores implantados no organismo.

"É um gel muito resistente e adesivo que é na sua maior parte água. Basicamente, é uma água que cola," disse Hyunwoo Yuk, do MIT, nos EUA.

Bioinspirado

Yuk e seus colegas descobriram que, para colar fortemente, um hidrogel resistente e flexível precisa de duas características: dissipação de energia e ancoragem química.

Para dissipar a energia, o hidrogel é capaz de esticar de forma significativa sem reter toda a energia usada para esticá-lo. E a aderência química significa que o material liga-se à superfície que deve colar por meio de ligações covalentes entre sua matriz polimérica e o material a ser colado.

"Ancoragem química mais forte dissipação levam a uma colagem robusta. Os tendões e a cartilagem [dos seres vivos] fazem isso, de forma que nós realmente aprendemos esse princípio com a natureza," disse o professor Xuanhe Zhao, coordenador da equipe.




Bibliografia:

Tough bonding of hydrogels to diverse non-porous surfaces
Hyunwoo Yuk, Teng Zhang, Shaoting Lin, German Alberto Parada, Xuanhe Zhao
Nature Materials
Vol.: Published online
DOI: 10.1038/nmat4463
 
 

Monte seu próprio biochip conectando as peças

 Biochip de montar

Biochip de montar Os biochips - microlaboratórios construídos com as mesmas técnicas da microeletrônica - já começaram a chegar ao mercado, com potencial para mudar a forma e a precisão dos exames de saúde.

Esses dispositivos emergentes agora tiveram um impulso radical, que promete facilitar e baratear ainda mais sua fabricação e o teste de novas aplicações.
 
 
 
"Se não funcionar, você desmonta, troca as peças e testa de novo. Em um dia provavelmente você terá um design final." [Imagem: USC Viterbi School of Engineering]

Em vez de encomendar à indústria um microlaboratório para cada aplicação, Krisna Bhargava e seus   colegas da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, desenvolveram uma plataforma que permite que os biochips sejam montados como se fosse brinquedos Lego.

Os biochips baseiam-se em uma tecnologia chamada microfluídica, que permite a manipulação de quantidades minúsculas de líquidos - sangue, por exemplo - que podem ser misturados ou postos em contato com reagentes ou com sensores - detectores de biomarcadores de doenças, por exemplo.
Bhargava e seus colegas projetaram blocos microfluídicos genéricos, que podem então ser acoplados para criar ramificações complexas, de acordo com o projeto específico de biochip que se tiver em mente.

Além da rapidez no desenvolvimento e teste dos projetos, a grande vantagem é que a nova plataforma permite a construção de biochips 3D, que podem realizar tarefas muito mais complexas do que os atuais versões planas.

Biochips 3D

Cada componente básico tem aproximadamente 1 centímetro cúbico, pode acomodar sensores comuns já disponíveis no mercado e custou cerca de R$0,70.

Os testes iniciais, que envolviam a medição de microgotas, mostraram que o biochip modular produz resultados comparáveis à ferramenta tradicionalmente usada para isso, um microscópio óptico que custa cerca de R$70.000.

"Você conecta tudo o que você acha que é necessário para funcionar e então testa," descreveu Bhargava. "Se não funcionar, você desmonta, troca as peças e testa de novo. Em um dia provavelmente você terá um design final, e então poderá selar o sistema e torná-lo permanente."
A equipe planeja agora criar uma comunidade onde os projetos poderão ser compartilhados no sistema código aberto.

"As pessoas têm feito grandes coisas com a tecnologia microfluídica, mas estes componentes modulares requerem muito menos conhecimento para projetar e construir um sistema," disse o professor Noah Malmstadt. "Um movimento em direção à padronização vai significar que mais pessoas vão usá-la, e quanto mais você aumentar o tamanho da comunidade, melhor as ferramentas se tornarão."


Bibliografia:

Discrete Elements for 3-D Microfluidics
Krisna C. Bhargava, Bryant Thompson, Noah Malmstadt
Proceedings of the National Academy of Sciences
Vol.: Early Edition
DOI: 10.1073/pnas.1414764111
 

Roupas inteligentes com ar-condicionado

 


Roupas com ar-condicionado próximas da realidade
A técnica permite a criação dos microcanais em materiais poliméricos rígidos ou flexíveis, dependendo da aplicação. [Imagem: VTT]
  Estampagem a quente

Pesquisadores finlandeses anunciaram o desenvolvimento de um "novo método de produção em larga escala de estampagem a quente de microcanais em grandes áreas de filme plástico".

Esses microcanais permitem a criação de "roupas inteligentes" nas quais a temperatura pode ser controlada bombeando ar ou líquidos frios ou quentes através da rede de microcanais.

Vários protótipos de roupa com ar-condicionado e aquecimento já foram testados antes, mas os canais eram grossos demais para serem práticos, ou eram limitados a pequenas áreas porque a fabricação de canais microfluídicos é muito complexa e cara, estando hoje limitada aos biochips.

Perfume, remédio e pimenta

A técnica permite a criação dos microcanais em materiais poliméricos rígidos ou flexíveis, dependendo da aplicação.

Por exemplo, um plástico macio e elástico é mais adequado para integração em roupas, enquanto um plástico rígido é mais adequado para aplicações em forma de cartão, incluindo dispensadores de perfume miniaturizados.

Outros usos possíveis desses cartões incluem a dosagem muito precisa de medicamentos ou servir temperos fortes em restaurantes.

Canais microfluídicos

Ralph Liedert e seus colegas do Centro de Pesquisas Técnicas VTT desenvolveram uma tecnologia de fabricação dos microcanais que é compatível com a fabricação industrial em larga escala, o que deverá baratear muito o custo dos tecidos.

"Canais microfluídicos minúsculos podem ser comparados com o sistema cardiovascular, por exemplo. Isso nos deu a ideia para outras aplicações do nosso novo método além dos canais de aquecimento ou resfriamento para roupas, como diagnóstico [médico], armazenamento e transporte de substâncias que só são necessárias em pequenos volumes, como perfumes e fragrâncias, ou que são muito caras, como medicamentos," disse Liedert.


Fonte: VTT

Vitrocerâmica para telas de smartphones, tablets, vidros blindados utilizados em veículos e edifícios à prova de balas


Vitrocerâmica para telas de smartphones à prova de balas
O material produzido pelos pesquisadores brasileiros combina transparência, grande dureza e baixa densidade. [Imagem: Ag.Fapesp]


 Vidro duro

Um material vitrocerâmico transparente, de grande dureza e baixa densidade, poderá substituir os vidros utilizados nas telas de tablets e smartphones ou os vidros blindados utilizados em veículos, edifícios e viseiras de capacetes.

O material foi desenvolvido por Leonardo Sant'Ana Gallo, na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

A sintetização do novo vidro - uma cerâmica complexa de fórmula MgO-Al2O3-SiO2 - acaba de ser premiada no 11º Simpósio Internacional sobre Cristalização em Vidros e Líquidos, em Nagaoka, Japão, uma das mais importantes reuniões internacionais na área de vidros.

Vitrocerâmica

A vitrocerâmica é um vidro que passa por um processo parcial de cristalização. O vidro comum é um material amorfo, que não apresenta fases cristalinas. Já a vitrocerâmica possui formações cristalinas distribuídas pelo meio amorfo. "São as fases cristalinas que determinam suas características especiais", afirmou Leonardo.

Se atingida por um projétil, por exemplo, o vidro se rompe, mas, ao romper, absorve a energia do projétil, de modo que este não a atravessa.

"Devido às suas características - transparência, dureza e baixa densidade -, essa vitrocerâmica tem um grande potencial de aplicação. Com ela, seria possível, por exemplo, produzir smartphones com telas mais finas, o que contribuiria para a diminuição do peso dos aparelhos. Ou janelas à prova de balas mais leves e tão eficientes quanto as que possuem os vidros blindados atuais", disse Leonardo.

Cristalização

Para obter a cristalização da vitrocerâmica, a mistura de óxidos é submetida a dois tratamentos térmicos: um no patamar próximo de 700 graus Celsius e outro no patamar de 900 graus Celsius.
Mas, para obter um vidro com as qualidades adequadas é preciso controlar cuidadosamente a composição química, as temperaturas e o tempo em que o material é aquecido.

"O interessante foi que conseguimos um material que continua transparente após a cristalização. Isso não é comum, nem fácil de se obter. Geralmente, após cristalização, os materiais ficam opacos," acrescentou o pesquisador.

A equipe já depositou um pedido de patente da nova vitrocerâmica junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). "Logo poderemos buscar parceiros, buscando colocação do produto no mercado", concluiu o pesquisador.

 
   Fonte: Agência FAPESP

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Tem design artesanal adequado !

Ideias bacanas nas postagens da rede social... Confere !



 
 



Você já dormiu em uma cama rede ?

Uma alternativa confortável !

São camas e são redes ao mesmo tempo e funcionam bem em vários ambientes, podem ser produzidas em diversos estilos...



                                                   São imagens salvas no google imagem por Mol-Margareth on line !



 


 

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Designer cria janelas para quem mora em apartamento ver melhor o céu

A designer argentina Aldana Ferrer Garcia desenvolveu três modelos de janelas que permitem ao morador uma nova experiência de ver o céu de dentro de casa

 

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A designer argentina Aldana Ferrer Garcia desenvolveu três modelos de janelas que permitem ao morador uma nova experiência de ver o céu de dentro de casa

Quem mora em um apartamento sem varanda sabe que não é tão simples olhar para o céu acima da construção para ver as estrelas e a lua. A situação é ainda mais dramática para aqueles que vivem em andares mais altos, já que a altura pode causar pânico de se estender diante da janela. Pensando nessas pessoas, a designer argentina Aldana Ferrer Garcia desenvolveu a linha More Sky, composta por três modelos de janela que oferecem ao morador uma nova experiência de ver o céu.

     A primeira é uma janela que imita uma espécie de cama e na qual o morador pode se deitar e admirar, horizontalmente, o céu. Pode ser uma experiência única se você conseguir se deitar nas alturas e caso o seu vizinho de cima não tinha a mesma ideia e também adote a mesma janela, tampando sua visão!
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A designer argentina Aldana Ferrer Garcia desenvolveu três modelos de janelas que permitem ao morador uma nova experiência de ver o céu de dentro de casa

A segunda opção é bem parecida com a primeira, mas se diferencia por não exigir que o morador tire o pé do chão e deite na estrutura, apenas pede que ele se debruce. Essa já dá para encarar, não?
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A designer argentina Aldana Ferrer Garcia desenvolveu três modelos de janelas que permitem ao morador uma nova experiência de ver o céu de dentro de casa

Finalmente, o modelo de janela é uma semi-cápsula, na qual você pode se sentar e observar a paisagem ao redor. Uma boa pedida para quem quer meditar. Em entrevista ao Contemporist, a profissional afirmou que essa série é, simultaneamente, um objeto e um novo espaço para a casa. “O More Sky é um canto aconchegante que proporciona alívio visual, acesso à luz sola e ar fresco para pequenos apartamento”, defende a designer argentina Aldana Ferrer Garcia.
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A designer argentina Aldana Ferrer Garcia desenvolveu três modelos de janelas que permitem ao morador uma nova experiência de ver o céu de dentro de casa

Ficou curioso? Confira a animação feita pela designer para divulgar o projeto.

Fonte: Casa Abril - Marcel Antonio