quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Chaves virtuais no celular substituem chaves de portas

 


Chaves virtuais no celular substituem chaves de portas
Pesquisadores da Unicamp desenvolveram aplicativo para celular que permite controle do acesso de convidados a espaços físicos por meio de chaves virtuais.[Imagem: Ag.Fapesp/Divulgação]


Chave no celular

Pesquisadores da Unicamp desenvolveram um aplicativo para celular que permite controlar o acesso de convidados a espaços físicos por meio de "chaves virtuais".

Em vez das tradicionais chaves ou o cadastramento por recepcionistas para permitir o acesso de convidados a edifícios e empresas, basta que seja enviado um convite por meio de um aplicativo do smartphone.

Ao chegar ao local, o visitante aproxima o celular das portas, nas quais um sensor detecta a autorização e libera o acesso.

Assim, os celulares funcionam como chaves virtuais para portas, portões, catracas e outros meios de controle de acesso.

A tecnologia foi batizada comercialmente como Magikey, e os pesquisadores criaram uma startup para comercializá-la.

Comunicação por NFC

O sistema tem três componentes principais: os celulares, nos quais é instalado o aplicativo Magikey, os dispositivos nas portas e um software na nuvem que contém o banco de dados de autorizações de acesso.

A comunicação do smartphone com os dispositivos que abrem e fecham as portas é feita por NFC (near field communication), tecnologia que permite a troca de informações sem fio e de forma segura entre dispositivos compatíveis que estejam próximos um do outro. Dessa forma, logo que os dispositivos se aproximam, a comunicação é estabelecida automaticamente, sem a necessidade de configurações adicionais. Também é possível estabelecer a comunicação por bluetooth.

Por meio do aplicativo, é possível criar e distribuir chaves de acesso para visitantes e empregados. O sistema é compatível com os aparelhos com rodam Apple iOS e Android.

Fonte: Agência Fapesp

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Transtorno Artístico Compulsivo - Yayoi Kusama

Yayoi Kusama e o Transtorno Artístico Compulsivo

Artista japonesa que vive numa instituição psiquiátrica

Da retrospectiva no Rio de janeiro


Falos. Kusama no jardim de bolinhas vermelhas
Foto: Divulgação
Falos. Kusama no jardim de bolinhas vermelhas - Divulgação


Loucura e arte não caminham necessariamente juntas. Mas, em determinadas circunstâncias, transtornos mentais podem abrir caminhos inusitados para a criatividade. É o caso da japonesa Yayoi Kusama, de 86 anos. Considerada um dos maiores nomes da arte contemporânea e também um ícone da moda, ela vive há mais de 30 anos, por iniciativa própria, numa instituição psiquiátrica em Tóquio.
A Princesa das Bolinhas, como é conhecida, transpõe para telas, roupas, vídeos, esculturas e até para corpos nus as formas e cores psicodélicas que enxerga em suas alucinações; sobretudo, claro, bolinhas. A artista ganhou sua primeira exposição individual em solo brasileiro  no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em 2013, na retrospectiva “Obsessão infinita”.

Kusama sofre de transtorno obsessivo compulsivo e alucinações desde a infância. Ela nasceu em Matsumoto, no Japão, em uma família de classe média tradicional e, segundo a artista conta, bastante repressora. Desde cedo, os transtornos mentais da menina se traduziram em arte e na criação de uma identidade visual bem peculiar — uma de suas marcas registradas até hoje. Sua mãe chegava a destruir seus desenhos, mas foram eles que a fizeram escapar do suicídio.

— Por sorte, quando eu ainda era muito jovem, fui a um psiquiatra que entendia de arte. Desde então, eu luto contra a minha doença; embora, no meu caso, a cura estivesse em criar arte baseada na doença. Desenvolver minha criatividade foi a minha cura — explica a artista, em entrevista ao GLOBO por e-mail.

Para um dos curadores da mostra, o canadense Philip Larratt-Smith, os diversos sintomas e manifestações da doença mental de Kusama encontram equivalentes simbólicos em sua arte:
— De uma maneira muito clara, e muito pura, ela encarna o mito do poeta doente; da ideia de que o artista faz o seu trabalho a partir do sofrimento e do trauma. A linha entre sua vida e sua arte é muito fluida e, algumas vezes, desaparece totalmente.

A produção artística ajudou Kusama a canalizar suas ideias e manter-se viva. Já no fim dos anos 1950, ela começou a trabalhar em uma de suas mais celebradas séries, “Infinity net” (“Rede infinita”), que pode ser vista na exposição.

— Por causa da guerra, eu tive que passar a minha juventude na escuridão de um Japão militarista — conta a artista. — Isso fez com que eu buscasse um lugar mais amplo, um mundo exterior em que pudesse me expressar. Então, fui para os Estados Unidos.

Kusama chegou a Nova York em 1957, e lá entrou em contato com artistas como Donald Judd, Joseph Cornell e Andy Warhol. Foi na cidade americana onde ela começou a fazer peformances, em que pessoas nuas eram cobertas com suas indefectíveis bolinhas, numa espécie de celebração do amor livre.

— De certa forma, Kusama e Warhol eram líderes em campos rivais — resume Larratt-Smith. — Cortejavam a publicidade e criaram personas midiáticas fascinantes para promover suas obras. Ambos experimentavam com a criatividade coletiva: Warhol tinha a Factory; Kusama tinha suas orgias e performances.

Ainda assim, foi somente há dois anos que o trabalho dela ganhou suas primeiras grandes exposições internacionais: em 2011, no Reina Sofía, em Madri, e no Centro Pompidou, em Paris; e, no ano passado, na Tate Modern, em Londres, e no Whitney Museum, em Nova York. Sem falar na sua produção de estampas para a grife Louis Vuitton.

Veja mais imagens de trabalhos de Kusama no GOOGLE
— Kusama viveu nos EUA de 1957 a 1973, período em que produziu o trabalho pelo qual é mais conhecida — justifica Larratt-Smith. — O público japonês viu pouco ou quase nada disso. E, quando ela voltou ao seu país, decidiu viver numa instituição psiquiátrica. O Japão era, e de certa forma ainda é, um país profundamente patriarcal, em que as mulheres não têm as mesmas liberdades que os homens. É também uma cultura conformista, e o trabalho iconoclasta de Kusama e sua personalidade singular (sem mencionar o fato de que ela discute publicamente sua doença mental) fizeram com que ela não fosse muito compreendida até recentemente.

Hoje, ela vive o auge de sua fama internacional, figurando como a terceira artista mulher que mais ganhou dinheiro com seu trabalho (atrás apenas das americanas Joan Mitchell e Mary Cassatt): ao longo da vida, já faturou cerca de US$ 127,7 milhões. E, embora Kusama fosse pouco conhecida na Argentina, sua recente exposição no Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (Malba) comprovou a força de sua arte: durante dois meses e meio, e em pleno inverno, os portenhos fizeram fila ao redor do museu para prestigiar a mostra, que acabou batendo recorde de público.

A “kusamamania”  no Rio

A “kusamamania” que tomou Buenos Aires promete se repetiu no Rio. “Obsessão infinita” apresenta cerca de cem obras, produzidas de 1949 a 2012, incluindo pinturas, trabalhos em papel, esculturas, vídeos, apresentações em slides e, sobretudo, instalações.

Entre os maiores destaques está um de seus trabalhos seminais, o “Campo de falos” — um jardim de falos decorados com bolas vermelhas e brancas numa sala espelhada. Outro destaque é a instalação “Cheia de brilho da vida”, em que as bolinhas aparecem na forma de lâmpadas que se acendem e apagam em cores diferentes. E o público também é chamado a participar da obsessão da artista. Logo na entrada, cada visitante receberá uma cartela de adesivos, todos de bolas coloridas, para decorar outra instalação, a “Sala da obliteração”, originalmente toda em branco.

Ao fim da exposição, 36 telas gigantescas pintadas entre 2012 e 2013 mostram que a artista continua trabalhando com afinco em seu ateliê, dentro da instituição psiquiátrica em que vive.
— Hoje, muitas pessoas generosamente reverenciam minha arte e são tocadas pela minha maneira de viver. Fico feliz que a sociedade tenha evoluído tanto — diz ela.

Desvendar a relação entre loucura e arte desafia cientistas há décadas. Não é preciso ser um grande especialista para notar o número excessivamente alto de artistas das mais diversas áreas que sofrem de algum distúrbio mental. E também o quanto a expressão artística funciona como tratamento para muitos transtornos. Yayoi Kusama encarna os dois lados dessa equação. Seus trabalhos são uma expressão de seu mundo interior, mas também funcionam como uma forma de evitar o suicídio, em suas próprias palavras.

— Eu sou inspirada por todo o universo, pela Humanidade e por ilusões e sonhos que existem dentro de mim — afirma a artista. — Vez por outra, mensagens sobre as mais diversas coisas nascem dos meus conflitos mentais, resultando na criatividade da minha arte. (...) Mas a minha arte é também necessária para que eu lute contra meus sentimentos de morte.

No início do século passado, a psiquiatra Nise da Silveira (1905-1999) já tinha percebido empiricamente o quanto o trabalho artístico servia como tratamento para seus “clientes” (como ela preferia chamar os pacientes), numa época em que remédios para tais transtornos eram praticamente inexistentes. Mas é preciso cuidado: uma condição não necessariamente deriva da outra. Nem todo “louco” é criativo ou todo criativo é “louco”. As condições, no entanto, podem estar ocasionalmente relacionadas, como a ciência vem procurando demonstrar.

Uma das teses mais aceitas hoje é explicada pelo neurocientista Roberto Lent, diretor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A região do lobo pré-frontal do cérebro (atrás da testa) é responsável por regular a aceitação das regras sociais e a avaliação dos perigos. É ela que alerta para infrações, que impede que nos envolvamos em situação de risco elevado, que faz com que respeitemos as normas legais.

Resumindo, o lobo pré-frontal atua como uma espécie de freio. E, teoricamente, quanto menos freio tivermos, mais criativos seremos. Sem freio, ou, digamos assim, com um freio defeituoso, tendemos a requisitar soluções mais inusitadas de outras áreas do cérebro, deixar fluir ideias inicialmente consideradas “loucas”, “impróprias” ou perigosas demais.

Alterações dessa região do cérebro, portanto, podem levar a decisões de vida mais audaciosas, assim como a comportamentos autodestrutivos, a determinadas patologias (como psicopatia, esquizofrenia e transtorno obsessivo compulsivo) e também a um aumento da criatividade. Ou a várias dessas coisas ao mesmo tempo.

Não é por acaso também que os remédios usados no tratamento de transtornos costumam “embotar” a criatividade, embora devolvam ao paciente uma vida praticamente normal. Ou, nas palavras de Kusama:
— Eu tomo remédios todos os dias, exceto quando estou pintando.

Fonte: O Globo e atualizada por Mol- Margareth on line

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/yayoi-kusama-o-transtorno-artistico-compulsivo-10265467#ixzz3yZvQ8ZLY

Pílula robô open-source ?

Pílula robótica é lançada em código aberto


 
Pílula robótica é lançada em código aberto
Os módulos permitem a montagem de pílulas robóticas para as mais diversas funções dentro do corpo humano. [Imagem: Heidi Hall, Vanderbilt University]
Pílula robótica

Pequenos robôs capazes de entrar no corpo humano e curar doenças ainda estão distantes da realidade.

Mas a chance de você engolir uma cápsula robótica em um futuro próximo agora aumentou dramaticamente.

Engenheiros da Universidade de Vanderbilt, nos EUA, lançaram em sistema de código aberto (open-source) o projeto - hardware e software - de uma "pílula robótica".

O objetivo é que equipes de pesquisa de todo o mundo não precisem mais começar do zero, concentrando esforços na funcionalidade das pílulas robóticas para aplicações específicas em saúde.

Pílula open-source

Os módulos de hardware lidam com a computação, comunicação sem fio, alimentação, detecção e atuação. Cada módulo foi projetado para ser facilmente interfaceado com tecnologias em desenvolvimento por outros grupos de pesquisa.

No lado do software, a equipe usa o TinyOS, sistema operacional livre, para desenvolver rotinas reutilizáveis.

"Nós projetamos cápsulas customizadas - uma para o cólon, uma para o estômago e outra com um grampo para parar hemorragias - mas vimos que estávamos basicamente reutilizando os mesmos componentes," disse o professor Pietro Valdastri.

"É como montar blocos de Lego, você pode remontá-los para diferentes funções. Nós queremos oferecer às pessoas trabalhando nesse campo nossos blocos Lego para que elas montem suas próprias cápsulas," acrescentou.


O kit completo das cápsulas robóticas foi disponibilizado na plataforma GitHub.

 
Bibliografia:

Systematic Design of Medical Capsule Robots
M. Beccani, H. Tunc, A. Taddese, E. Susilo, P. Volgyesi, A. Ledeczi, P. Valdastri
IEEE Design and Test
Vol.: 32 Issue: 5 - 98-108
DOI: 10.1109/MDAT.2015.2459591

Barbie Black Power

 
 
De olho na diversidade, Barbie lança bonecas curvilíneas e com black power
 
 
 
 
 
Novas bonecas terão versão com curvas, mais altas e com proporções menores


 
              Novas bonecas terão versão com curvas, mais altas e com proporções menores

Há alguns anos, as bonecas Barbie são criticadas por representarem um padrão de beleza considerado opressor por feministas: corpo longilíneo e sem curvas, cabelo loiro e impecavelmente lisos, e olhos azuis. Focando na diversidade e na tendência da imagem corporal mais saudável, a marca anunciou nesta quinta-feira (28) que vai lançar coleção de brinquedos com 3 tipos diferentes de corpos, 7 novos tons de pele e 22 cores de olhos.

Parte da expansão da linha Fashionista, as bonecas serão divididas entre o biotipo Curvy, com corpo curvilíneo; Tall, versão mais alta do que a padrão; Petite, cujas proporções são menores e que devem agradar as garotas mais baixinhas; e a boneca original.

Além dos novos formatos de corpo, os brinquedos terão cabelos com cortes mais curtos e com texturas diferentes, inclusive o black power, e cores fantasia. Traços étnicos também serão representados. Assim, as chances de uma garota se sentir representada por uma boneca aumentarão consideravelmente.

Segundo o site oficial da marca, a nova linha é "apenas o começo". "Oferecendo produtos que empoderam e são mais imaginativos, nós acreditamos nas garotas e em seu potencial ilimitado. Você pode ser o que quiser", diz a campanha publicitária.

No ano passado, a Barbie já tinha dado um passo mais progressista ao lançar boneca inspirada em look vestido por Zendaya no Oscar 2015. A cantora e atriz foi alvo de comentário considerado racista por apresentadora do programa "Fashion Police" ao usar dreads na cerimônia de premiação da Academia. Em homenagem à artista, a marca fez brinquedo com o penteado típico da cultura rastafári.

Fonte: UOL

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Travesseiros inusitados prometem ajudar a dormir melhor em voos

 

Voos longos podem ser uma verdadeira tortura para quem não consegue dormir. O site inglês The Telegraph listou quatro tipos de travesseiros bem inusitados que podem dar uma boa ajuda. Só existe um problema: é preciso ter coragem para usar alguns deles:


B-tourist Band
Crédito: designboom.com
Crédito: designboom.com


O B-tourist Band pretende criar uma “área privativa” dentro do avião para que o passageiro possa comer e dormir sem ser perturbado. O acessório é parecido com uma tira de elástico gigante que deve ser encaixado entre dois assentos (o do passageiro e o da frente), transformando-se em uma espécie de “cortina”. Também é possível ajustá-lo de outras maneiras, como prendê-lo entre o peito e o assento. O único inconveniente acontece quando o passageiro da poltrona da janela resolver ir ao banheiro.

NapAnywhwere
Crédito: napanywhere.net
Crédito: napanywhere.net


O NapAnywhere nada mais é do que um travesseiro portátil em formato de disco, que torna mais confortável a velha tarefa de dormir sentado. Feito de um material flexível e coberto com uma espuma macia, o travesseiro deve ser encaixado entre o pescoço e a cabeça e é possível ajustá-lo de acordo com a preferência do usuário. O acessório custa US$ 59 e foi criado por um médico americano, após ele mesmo ter sofrido uma lesão no pescoço por dormir de maneira desconfortável no avião.


TRTL
Crédito: rtl.co.uk
Crédito: rtl.co.uk


O TRTL é uma espécie de lenço que deve ser enrolado no pescoço. Desenvolvido por uma equipe de designers da Escócia, o lenço é feito com um material que cria uma proteção macia para o pescoço, como se fossem aqueles protetores de coluna que são comumente utilizados após acidentes. Custa US$ 29.


Travesseiro avestruz
Crédito: Kawamura Ganjavian
Crédito: Kawamura Ganjavian/Studio Banana


Definitivamente, os criadores do Ostrich Pillow não são nada discretos. Segundo eles, o travesseiro permite cochilos a qualquer hora e em qualquer lugar, incluindo saguões de aeroportos e dentro de aviões. Feito de material sintético, o acessório tem um buraco onde o usuário coloca a cabeça e outro próximo da boca, para que ele respire tranquilamente. Custa US$ 99.


Fonte: Blog: Todos a Bordo - UOL Economia

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Casas flutuantes são alternativas para um futuro sustentável

 


 
Casas flutuantes independentes podem aliviar cidades
Construída sobre uma plataforma flutuante de 13 x 13 metros, a casa tem 134 metros quadrados de área útil. [Imagem: Fraunhofer IVI]


Morar sobre as águas

Casas flutuantes são comuns na região Norte do Brasil, mas elas sempre foram associadas à população de renda mais baixa, que não teria outra opção de moradia.

Engenheiros alemães discordam dessa visão, e acreditam que as casas flutuantes podem não apenas ser uma opção de moradia de alta qualidade, como também tornarem-se uma alternativa para o lazer, uma opção mais versátil para as casas de veraneio.

Além do interesse da população e de resolver o problema da casa própria, as casas flutuantes poderiam compor um novo setor econômico envolvendo empresas de pequeno e médio porte, defende o professor Matthias Klingner, do Instituto de Transporte e Infraestrutura da Alemanha.

Flutuante e sustentável

Klingner lidera uma equipe de engenheiros de várias universidades e empresas privadas alemãs que se uniram para tornar realidade moradias flutuantes que sejam confortáveis, energeticamente eficientes e totalmente "amigas do meio ambiente".

"Esse tipo de casa flutuante energeticamente autossuficiente não existe ainda. Nós queremos encontrar uma solução para esse tipo de ambiente," disse ele.

"Ainda não está pronta", seria melhor dizer, porque um protótipo já está flutuando, e o projeto prevê que ele seja apresentável aos interessados em 2017.
 
Vivendo na água de forma independente

Construída sobre uma plataforma flutuante de 13 x 13 metros, a casa tem 134 metros quadrados de área útil, sendo 75 no piso inferior e 34 no superior, além de um terraço com 15 metros quadrados.
Painéis solares abastecem a residência com eletricidade durante o dia e geram um excedente que é armazenado em baterias de lítio para garantir a energia à noite. Para economizar espaço, as baterias são integradas nas paredes e nas escadas.

Casas flutuantes independentes podem aliviar cidades
Esta arca flutuante pretende ser uma verdadeira cidade flutuante, autônoma e autossustentável. [Imagem: RemiStudio]


Como está sendo projetada para ser usada em regiões onde o inverno é muito rigoroso, há um cuidadoso sistema de aquecimento, também totalmente independente e que não utiliza eletricidade.

O projeto usa um sistema duplo com sais hidratados, que absorvem o calor excedente do fogão ou da lareira, e uma unidade de armazenamento de calor feito com zeólitas. Ambos funcionam com base unicamente em processos físico-químicos e são reversíveis, o que significa que podem ser usados tanto para o aquecimento no inverno, quanto como sistema de ar-condicionado no verão.

Outra preocupação é com o fornecimento de água, que usa um sistema de circuito fechado tanto para a água potável, quanto para a água de serviço. Ou seja, toda a água da casa é reciclada continuamente, usando uma combinação de membranas cerâmicas e vários processos eletroquímicos e fotocatalíticos.

O projeto conta com a colaboração de uma série de empresas, cada uma das quais se incumbiu de desenvolver sua tecnologia de forma a acomodá-la dentro da casa flutuante até 2017.
 
Morar sobre as águas

No Brasil, o Instituto Mamirauá possui uma casa flutuante para realização de pesquisas na Amazônia que incorpora alguns recursos de sustentabilidade.


Casas anfíbias flutuam durante enchente


 
Casas anfíbias flutuam durante enchente
Os pesquisadores estão criando uma nova forma de construção para áreas sujeitas a inundação.[Imagem: Eureka]


Casas flutuantes

A maioria das pessoas já se "preocupa" com as mudanças climáticas, mas quase ninguém se "ocupa" delas, tentando antecipar-se a seus efeitos.

Uma grande exceção está em um grupo de pesquisadores da Holanda, um país com altíssima sensibilidade a qualquer elevação do nível das águas - não é por acaso que a região é conhecida como "Países Baixos".

A equipe apresentou os primeiros resultados práticos do seu projeto Floatec: "casas anfíbias", que podem flutuar no caso de uma cheia.

Não se trata de barcos-casas ou qualquer coisa semelhante. São casas visualmente normais, mas com uma fundação especial que as permite flutuar na ocorrência de uma cheia.

Fundação flutuante

As fundações começaram sendo feitas de múltiplas camadas de uma espuma plástica muito leve, por cima das quais é aplicado o concreto tradicional. A partir daí, a casa inteira é uma casa normal.
Na ocasião de uma enchente, a camada de plástico faz a casa inteira flutuar, como se fosse um barco, evitando que a água penetre e permitindo que a família permaneça em seu interior.

O protótipo funcionou bem, mas o projeto apresentava limitações de tamanho e peso máximos da casa, que, se não fossem respeitados, fariam com que a casa perdesse a flutuabilidade e afundasse.
O pesquisador Edwin Blom, coordenador do projeto, conta que foi encontrar a solução em uma empresa de nanotecnologia da Espanha, a Acciona Infrastructures, especializada no uso da nanotecnologia para a fabricação de compósitos - os chamados nanocompósitos.

Casa anfíbia com nanotecnologia

Os nanocompósitos já são usados pela indústria aeroespacial, mas o grupo teve que desenvolver uma solução mais barata.

O material básico é o EPS, ou poliestireno expandido, do mesmo tipo usado em embalagens.
O poliestireno modificado é inserido entre várias camadas de plástico e concreto, o que permite criar grandes estruturas de suporte, tão grossas quanto necessário para suportar a casa que se deseja construir.

Isso não apenas solucionou o problema da limitação do tamanho e peso, como reduziu o custo da casa anfíbia, cuja base flutuante agora é mais barata do que a solução inicial.

"Nós simplesmente não precisamos mais usar tanto material quanto usávamos. Blocos pequenos agora podem suportar grandes estruturas e, no fim, o custo da construção inteira foi reduzido," diz Blom, que já criou uma empresa, a Dura Vermeer, para comercializar a tecnologia das casas flutuantes.


Fonte: Inovação Tecnológica, Instituto Mamirauá, Google.