Os sensores individuais tiram fotos simultaneamente, de perspectivas ligeiramente diferentes, usando uma técnica conhecida como "lentes dobradas", inspiradas na técnica de origami.
Com informações da MIT Technology Review - out/2015
[Imagem: Light/Divulgação]
Lentes dobradas
A câmera L16 é uma daquelas soluções que, para alguns, consegue "obter mais do mesmo", enquanto, para os mais entusiasmados, "tira leite de pedra".
O objetivo da sua criadora, a startup Light, é substituir as câmeras profissionais e suas lentes enormes por um aparelho muito mais leve e menor.
Ao contrário das câmeras DSLR, que utilizam apenas uma lente e um sensor de imagem, a L16 é uma câmera múltipla com 16 CCDs de 13 megapixels cada um e três comprimentos focais diferentes: 5-35 milímetros (mm), 5-70 mm e 6-150 mm.
Os sensores individuais tiram fotos simultaneamente, de perspectivas ligeiramente diferentes, usando uma técnica conhecida como "lentes dobradas", inspiradas na técnica de origami.
Cada módulo de câmera é colocado de lado. A luz entra através de uma abertura, atinge um espelho e, em seguida, viaja através do cano da lente até o CCD. Como os módulos têm diferentes distâncias focais, vários deles disparam ao mesmo tempo - a quantidade depende do zoom utilizado e de como os espelhos no interior dos módulos se movem para pegar a luz.
O programa da câmera então combina automaticamente as diversas imagens individuais, criando uma imagem de 52 megapixels com uma qualidade comparável à obtida com uma câmera DSLR e uma lente profissional.
Tecnologia nos celulares
Só o preço da L16 não é pequeno e nem leve: US$1.699,00 nos EUA.
Mas a tecnologia poderá ter filhotes mais baratos em um futuro próximo.
A fabricante de produtos eletrônicos Foxconn tornou-se sócia da empresa emergente, e está planejando usar a tecnologia de múltiplos sensores e foto única em telefones celulares.
A expectativa é que os primeiros celulares com a tecnologia - e fotos de 52 megapixels - cheguem ao mercado no final de 2016.
Entenda a tecnologia desenvolvida em 2007...
Lentes dobradas como origami poderão revolucionar celulares com câmera
Engenheiros da Universidade de San Diego, Estados Unidos, criaram uma câmera digital ultra-fina que poderá revolucionar a resolução das câmeras dos telefones celulares, dos sistemas de visão artificial montadas em óculos, além de várias outras aplicações hoje impraticáveis.
Origami
Para reduzir a espessura da câmera mas manter a quantidade de luz captada e uma capacidade de alta resolução, os cientistas simplesmente dobraram as lentes, como se elas fossem um origami - a conhecida arte japonesa da dobradura de papéis. "Nossa câmera é cerca de sete vezes mais poderosa do que uma lente convencional de mesma profundidade," diz Eric Tremblay, um dos criadores da nova tecnologia.
O mecanismo utilizado é semelhante ao utilizado nos telescópios astronômicos do tipo Cassegrain. "A idéia da dobradura era nova em 1672, mas eles a estavam fazendo com dois espelhos separados. Nós cortamos todas as nossas superfícies reflexivas de um único componente e quadruplicamos o número de dobras," explica Joseph Ford, outro participante da pesquisa.
Cristal óptico
Ao invés de direcionar e focalizar a luz quando ela passa através de uma série de espelhos e lentes, o novo sistema faz o mesmo trabalho à medida em que a luz é refletida para um lado e para outro no interior de um cristal óptico de 5 milímetros de espessura. A luz é focalizada como se ela estivesse se movendo através de um sistema tradicional de lentes que é pelo menos sete vezes mais grosso.
"Nossas 'lentes dobradas' não são tecnicamente uma lente, já que elas são reflexivas. Eu sou culpado por chamá-las de lentes algumas vezes, mas estou tentando me corrigir. 'Refletor', ou 'óptica dobrada' são termos mais precisos," diz Tremblay.
O cristal utilizado é de fluorita - fluoreto de cálcio - um cristal muito transparente. Em um disco de fluorita, os cientistas cortam uma série de superfícies concêntricas e reflexivas que curvam e focalizam a luz à medida em que ela é dirigida para um refletor plano. Quanto mais dessas superfícies forem feitas, maior será a potência da "lente", quer dizer, da óptica dobrada.
Torneamento com diamante
A luz segue um caminho em zigue-zague do maior para o menor dos discos concêntricos, até atingir o sensor CMOS ou CCD da câmera.
O avanço foi possível graças a melhoramentos em outra tecnologia, o torneamento de diamante, por meio do qual uma finíssima ponta de diamante consegue tornear peças com extrema precisão.
"Você monta a óptica uma vez e o torno de diamante corta todas as superfícies ópticas sem necessidade de ajuste no equipamento," diz Tremblay. Sem a necessidade de realinhar a óptica durante o processo de fabricação, o processo ganha em precisão, o que poderá permitir que a nova técnica chegue rapidamente ao mercado.
Bibliografia:
Ultrathin cameras using annular folded optics
Eric Tremblay, Ronald A. Stack, Rick L. Morrison, Joseph E. Ford
Applied Optics
February 1, 2007
Vol.: Vol. 46, Issue 4, pp. 463-471
Ultrathin cameras using annular folded optics
Eric Tremblay, Ronald A. Stack, Rick L. Morrison, Joseph E. Ford
Applied Optics
February 1, 2007
Vol.: Vol. 46, Issue 4, pp. 463-471
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