quinta-feira, 17 de abril de 2014

Alice Guy Blache, a primeira diretora de cinema


Assim como em vários setores da sociedade, a mulher como diretora dentro do cinema, também sofre descrédito e preconceito. No entanto, a profissão vem crescendo nos últimos anos, e temos várias talentosas diretoras, a exemplo de Sofia Coppola e Jane Champion a nos brindar com excelentes produções. Mas quem foi a pioneira, quem enfrentou as leis vigentes da época e abriu espaço para que a profissão crescesse ao longo dos anos?


"Minha juventude, minha falta de experiência, meu sexo tudo conspirou contra mim." -Alice Guy Blache

Alice Guy Blache

Nascida na França em 1 de julho de 1873, Alice Guy foi criada pelos avós até os quatro anos de idade. Em 1877, a mãe de Alice a tira de seus avós e a leva ao Chile, onde a menina conhece o pai. De volta à França, em 1877, a livraria de seu pai fale e algum tempo depois este falece. Treinada como datilógrafa, Alice começa sua carreira como secretária na Gaumont Film Company. 


Em 1907 se casa com Herbert Blache, dai vem o sobrenome, que ao ser nomeado gerente de produção da Gaumont nos Estados Unidos imigra com a família para o país. Em 1910, Alice e o marido, em parceria com George A. Magie, lançam o Estúdio Solax, o maior estúdio pré-Hollywood da América. Enquanto Herbert trabalha como gerente e produção e cineasta, Alice é a diretora artística. O estúdio foi tão bem sucedido que, dentro de dois anos, foram capazes de investir cerca de cem mil dólares em novas instalações  de produção tecnológicas avançadas em Fort Lee, Nova Jersey. 


Herbert Blache
Alguns anos depois , 1918, Herbert abandona a esposa e vai para Hollywood com uma de suas atrizes. Com o declínio da Costa Leste como lar do cinema em favor do clima mais propicio de Hollywood, a parceria cinematográfica também acaba. 


De volta a França em 1922, embora nunca mais dirigindo nenhum trabalho, concede palestras sobre cinema e escreve romances baseados em roteiros. EM 1953 o governo francês lhe gratificou com a maior honra para um civil: a Legião da Honra.


Nunca mais se casou e em 1964 retornou aos EUA para ficar com uma de suas filhas, morrendo apenas quatro anos depois, aos 94,  em um lar de idosos.

Como diretora


Como a maior parte dos diretores de estúdio, Alice também começou sua carreira em outra área da industria cinematográfica. Primeiramente secretária até vir a ser chefe de estúdio. Blache é creditada como a primeira diretora mulher e também uma das estudiosas de linguagens e técnicas de cinema.

Entre 1896 e 1920 dirigiu mais de quatrocentos filmes, produzindo outros mais, que incluíam efeitos sonoros sincronizados e uma infinidade de outros recursos. Também foi a primeira, até agora única, mulher a dirigir o próprio estúdio, o Estúdio Solax (Fort Lee, Nova Jersey) entre 1910 a 1914.


Blache começou como secretária de Leon Gaumont, que trabalhava para um fabricante de máquinas fotográficas. Quando a empresa para qual trabalhavam ameaçou falir, Gaumont comprou junto com outros o inventário e formou em 1895 a Gaumont Film Company uma das mais importantes empresas de cinema do mundo. 


Como responsável pela produção, Alice mostrou um trabalho inovador na utilização de cor, som e efeitos especiais que veio a criar o considerado o primeiro filme narrativo da história do cinema: "La Fée Aux Choux" (1896). 
 
 


Depois veio "La Vie Du Christ", seu primeiro longa metragem e um dos maiores blockbuster do cinema mudo e "La Fée Printemps". Nos Estados Unidos, dirigindo e escrevendo, Alice assinou grande parte das produções do Estúdio Solax. Em 1922, lança "Tarnished Reputations", seu último filme. Depois na França, com a dificuldade de comprovar seu trabalho, já que poucos filmes sobreviveram, ela lança-se na carreira de romancista. (http://www.youtube.com/watch?v=HSvp2NyijAk)

Fonte: http://devaneiosregi.blogspot.com.br/
 


Nenhum comentário:

Postar um comentário