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Logo após o logotipo do designer Kenjiro Sano para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 ser descartado pelos organizadores em meio a acusações de plágio, as redes sociais foram inundadas por ilustrações sugeridas pelos internautas. No mesmo dia, a primeira grande mudança no logotipo do Google em 16 anos criou uma grande discussão nos mesmos meios.
São situações que ilustram o precário mundo do designer gráfico, onde mesmo a imagem mais inócua pode despertar ondas de ira online e offline.Marcas internacionalmente conhecidas, como a da confecção Gap e a da fabricante de sucos Tropicana, tiveram que abandonar o projeto de mudar seus logotipos depois de atrair críticas. E tanto Jeb Bush como Hillary Clinton, pré-candidatos republicano e democrata (respectivamente) às eleições presidenciais americanas, foram alvo de gozações quando lançaram as imagens de suas campanhas.
As "análises" de logotipos pelo público variam do humor a alegações de satanismo. Quando a rede americana de lanchonetes IHOP atualizou seu logotipo depois de 20 anos, acrescentando a ele um inofensivo sorriso, foi acusada de introduzir um elemento macabro ao desenho.
Image copyright IHOP "Uma inspeção mais detalhada me mostra as cores azul e vermelha de um circo e uns olhos arregalados pela mistura de cafeína e anfetaminas. Não é o rosto de um americano contente por comer na lanchonete, mas sim o de um palhaço à beira da psicopatia."
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Ligações perigosas?
Image copyright Procter and Gamble Seu símbolo mostra a figura de um rosto masculino em forma de meia-lua contra um fundo de estrelas. Mas nos anos 80 começaram a circular rumores de que os cachos na barba e nos cabelos do homem seriam chifres e esconderiam um "666" invertido, a chamada "a marca da besta".
A persistência dos rumores fez a empresa retirar os cachos da figura em 1991. Em 2007, a Procter & Gamble ganhou US$ 19 milhões em um processo contra a concorrente Amway, acusada de espalhar acusações falsas sobre a ligação da multinacional com o satanismo.
Apesar de a Procter & Gamble ter inicialmente eliminado a imagem da lua, o astro acabou voltando em uma atualização feita em 2013.
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Controvérsias no esporte
Image copyright London 2012 O logo, que causou convulsões epiléticas em algumas pessoas quando um vídeo foi exibido em seu lançamento, também foi comparado a um personagem de Os Simpsons durante um ato sexual ou ainda a elementos da suástica.
O mundo dos esportes é famoso pelas polêmicas em torno de logotipos. Nos Estados Unidos, problemas com o uso de nomes e símbolos indígenas existem desde a década de 60, com times como o Atlanta Braves, de beisebol, taxados de "insensibilidade racial". No basquete, as equipes que já usaram mascotes indígenas abandonaram a ideia há tempos.
Já o time de futebol americano Washington Redskins ("Peles-vermelhas de Washington", em tradução literal) mantém seu nome e seu logotipo e agora enfrenta uma lei que acaba com os mascotes "peles-vermelhas" em todo o país, defendida pelo presidente Barack Obama e 50 senadores.
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Ideias sugestivas
Image copyright Dirty Bird Argumentando querer "mudar a percepção do público" para seus lanches de frango frito, a empresa chocou os moradores galeses quando foi inaugurada, em 2014.
Mas alguns debates não são intencionais, e até mesmo o design mais inocente já foi atacado por observadores de "mente suja". Quando o Airbnb lançou seu novo logo, em julho de 2014, gerou Tumblrs inteiros dedicados a qual parte da anatomia humana ele aludia. "Serão testículos? Será uma vagina? Serão testículos na frente de uma vagina?", perguntou o site de tecnologia Gizmodo, na época.
A empresa explica que o logotipo se chama "Bélo", uma referência a uma "expressão que significa pertencer a algum lugar", e ainda incorpora um abraço, um mapa e um coração. Ou, segundo um observador engraçadinho, pode ter simplesmente nascido do queixo de Peter Griffin, do seriado Family Guy.
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Leia a versão original desta reportagem em inglês no site BBC Culture.
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