quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Tecido antibomba

Tecido antibomba pode evitar derrubada de aviões


Tecido antibomba pode evitar derrubada de aviões
Os pesquisadores criaram um protótipo para ser efetivamente utilizado no interior de aviões, permitindo que a bomba exploda sem destruir a aeronave. [Imagem: Jim Warren]


Mala voadora

Tecidos à prova de bombas podem ser muito úteis em diversas situações.
Uma mala suspeita em um ambiente cheio de pessoas, eventualmente até no interior de um avião, parecem ser as mais óbvias.
O super tecido é resultado do projeto Fly-Bag, conduzido por uma série de instituições e empresas da Europa.

Tecido multicamada

"O contêiner foi construído com uma combinação de diferentes camadas de tecidos técnicos," explica Donato Zangani, coordenador do projeto.
São tecidos especialmente projetados com diferentes características.
No caso de uma explosão é necessário conter a expansão de gases, que causam o impacto, reter os próprios casos tóxicos produzidos pela explosão, além de reter ao máximo os fragmentos produzidos.
Como é impossível criar um só tecido capaz de lidar com todas as situações, os pesquisadores criaram um tecido multicamada.
"Cada camada tem suas próprias características. Algumas delas foram projetadas para se expandir de forma controlada, de forma que o contêiner pode se esticar sem se rasgar," diz Zangani.

Explosão contida

Embora não seja capaz de anular a explosão de uma mala totalmente cheia, digamos, com 20 quilos de explosivos, os testes mostraram que a sacola antibomba consegue lidar com uma quantidade de explosivos muito maior do que o necessário para derrubar um avião 747.
A explosão faz com que a sacola inteira infle, saltando no ar. Conforme ela cai de volta no chão, é possível ver, pela fumaça que escapa pelo zíper, que um pequeno incêndio se inicia em seu interior.
Mas, pelo pouco oxigênio no interior do contêiner, o fogo se extingue rapidamente, e a sacola antibomba não chega a se incendiar.

Comportamento contido

"Este é um projeto de pesquisa verdadeiramente aplicado. Nós queríamos produzir um protótipo com o qual as companhias aéreas pudessem testar a implementação efetiva de todo o sistema," diz Zangani.

Isso inclui a "operação" sem necessidade de pessoal especializado.
Segundo os pesquisadores, no caso de uma ameaça não é necessário esperar pelo esquadrão antibombas, correndo o risco de que o pacote suspeito exploda antes que o socorro chegue.

Tudo o que é necessário fazer é colocar o pacote no interior da sacola antibomba e removê-la para um lugar seguro, lá onde o esquadrão antibombas pode atuar sem provocar pânico e sem interromper as operações do aeroporto.






Cortina que engrossa quando esticada resiste a explosões 



Cientistas criaram um novo tipo de cortina de proteção que, quando esticada, torna-se mais grossa, e não mais fina. 
 
Cortina que engrossa quando esticada resiste a explosões
Cientificamente falando, o fio é um material auxético - um tipo de material que fica mais grosso quando é esticado. Além de cortinas antibomba, ele poderá ser usado em curativos e fios dentais. [Imagem: Exeter University]
 
A Cortina antibomba

A nova cortina foi projetada para resistir ao impacto e capturar destroços de explosões e acidentes, como os vidros de uma janela ou da fachada de um prédio que se quebram durante tempestades muito fortes, ou mesmo de um carro-bomba.
Já existem no mercado cortinas de proteção com o mesmo objetivo. Fabricadas com malhas grossas e pesadas, contudo, elas ainda dependem de filmes aplicados sobre os vidros para evitar estilhaços.
O objetivo dos pesquisadores foi eliminar a necessidade de cobertura dos vidros e das paredes com filmes antiestilhaços, facilitando o uso da nova cortina também em situações de emergência, por bombeiros e esquadrões antibomba.

Material auxético

O segredo da nova cortina está nas fibras com que ela é tecida.
Uma fibra elástica funciona como núcleo do fio, ao redor da qual é enrolado um fio muito resistente e rígido. Quando este fio mais duro é posto sob tensão, ele se endireita. Isso faz com que a fibra elástica projete-se para fora, efetivamente aumentando o diâmetro do fio.
Cientificamente falando, o fio é um material auxético - um tipo de material que fica mais grosso quando é esticado.

A forma como os fios auxéticos são tecidos para formar a cortina também auxilia na sua capacidade de se tornar mais grossa quando recebe um impacto externo que tende a esticá-la.
A extensão do efeito auxético é determinada pelo ângulo exato em que o fio rígido é enrolado em torno da fibra elástica, e também pela relação de rigidez e diâmetro entre os dois.


Cortina que engrossa quando esticada resiste a explosões
A extensão do efeito auxético é determinado pelo ângulo exato em que o fio rígido é enrolado em torno da fibra elástica, e também pela relação de rigidez e diâmetro entre os dois. [Imagem: Auxetix]

Alterando estes parâmetros, é possível ajustar com precisão o desempenho do tecido resultante, tornando-o adequado para aplicações específicas - por exemplo, para suportar diferentes níveis de explosão ou impacto.

Ondas de choque

Outra característica fundamental da nova cortina é que, quando esticada, abrem-se pequenos poros em sua superfície. Além de serem pequenos demais para permitir a passagem de detritos e estilhaços, esses poros são projetados para deixar passar as ondas de choque de uma explosão. Isto reduz a força a que a cortina é submetida, diminuindo a probabilidade de que ela se rasgue.
Com apenas 1 a 2 milímetros de espessura, a cortina antiexplosão também pode ser fabricada de modo a permitir a passagem de uma quantidade razoável de luz natural.
Os testes comprovaram que o tecido auxético resiste a um impacto equivalente à explosão de um carro-bomba.

Curativos e fios dentais

Mas o tecido auxético também pode ser usado em aplicações menos explosivas.
Por exemplo, curativos feitos com o mesmo design resistirão muito melhor ao movimento do paciente. Os poros do material, além de permitirem uma melhor respiração do local afetado, poderão ser preenchidos com antibióticos, que serão liberados aos poucos.
Fios dentais que engrossam quando são esticados também poderão fazer uma limpeza mais eficaz do espaço entre a base dos dentes.

Lonas de proteção em áreas sujeitas a enchentes e deslizamentos são outra aplicação proposta pelos engenheiros da Universidade de Exeter, no Reino Unido, que estão desenvolvendo o novo material, que deverá ser comercializado pela empresa emergente Auxetix Ltd., criada pelos pesquisadores.
 
Fonte: Exeter


Nenhum comentário:

Postar um comentário