quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Karim Hashid, o prícipe do plástico

Espreguiçadeira com formas orgânicas criada por Karim Hashid



O rosto não escondia o cansaço com a visita de menos de 48 horas ao Brasil, onde esteve nesta semana a convite da Export Plastic – programa ligado à Agência Brasileira de Promoção e Exportações e Investimentos (Apex) e ao Instituto Nacional do Plástico. Mas a agilidade nas respostas e a impecável roupa branca com pinceladas de rosa – cor que se tornou sua marca registrada – não deixava dúvidas de que Karim Rashid ainda tinha muito a deixar de si. 

Apontado pela revista “Time” como “o príncipe do plástico”, título que parece lhe cair como uma luva tendo em vista seus trabalhos mais festejados nos últimos anos, o designer egípcio (naturalizado americano) veio justamente para incentivar o uso do design como diferencial competitivo na indústria plástica nacional e participar de rodadas de negócio com clientes potenciais. “Não há dúvidas de que o uso do plástico tornou o mundo mais fácil. Mas é preciso repensar esse material”, diz Rashid. 

A solução, ele mesmo indica: é preciso investir na reciclagem do plástico, bem como incentivar mais pesquisas e usos para o plástico ecológico, feito a partir de matérias-primas renováveis, como a cana-de-açúcar e o milho. “Falo isso há mais de 10 anos às indústrias, mas a decisão final não é minha. Meu papel é ser um provocador e mostrar as possibilidades de se ter um mundo melhor, de se agir com responsabilidade social.”Com projetos espalhados em 42 países, entre eles o Brasil – ele já desenvolveu, entre outros, um calçado para a Melissa, um aspirador de pó portátil para a Brastemp e uma luminária para a Via Light –, Karim Rashid acredita que estamos vivendo uma nova fase do design, na qual não há barreiras de estilos, referências ou culturas. “Até poucos anos atrás as empresas faziam diferentes verões de um mesmo produto dependendo do país para onde ele seria exportado. Hoje está tudo massificado”, diz ele, incluindo nesse movimento o próprio trabalho dos designers, que estão cada vez mais globalizados. Ele mesmo garante que 90% de seus projetos estão fora dos Estados Unidos, onde está sediado seu escritório. 


Juliana Bianchi, iG São Paulo 

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